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sábado, junho 14, 2025

Trump diz que foi avisado previamente sobre ataques contra o Irã e alerta que próximos serão ‘ainda mais brutais’

Israel lançou 'ataques preventivos' contra o Irã, matou o chefe da Guarda Revolucionária e Teerã inicou retaliação com drones

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, , disse ao Wall Street Journal que Washington tinha conhecimento prévio do ataque de Israel ao Irã e chamou a operação militar de “um ataque muito bem-sucedido, para dizer o mínimo”. Escalando o tom contra o Irã nesta sexta-feira, o líder americano afirmou que os ataques israelenses contra alvos no país “ainda vão piorar”, caso o governo iraniano não aceite um novo acordo nuclear. De acordo com uma autoridade israelense, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deve falar ainda hoje com Trump.

Na entrevista, o presidente americano disse ter emitido um aviso final a Teerã dois meses antes do ataque:

— Eu disse ao outro lado: vocês têm 60 dias para fechar o acordo. No 61º dia, eles atacaram. Foi um ataque muito bem-sucedido — afirmou, ponderando que que uma resolução diplomática ainda é possível: — Eles deveriam ter fechado um acordo, e ainda podem fechar um acordo enquanto ainda têm algo a oferecer.

Mais cedo, em uma publicação na rede social Truth Social, Trump já havia dito que “deu ao Irã a chance para fazer um acordo”. Mas, segundo ele, o país ignorou os alertas de que os EUA fabricam “o melhor e mais letal equipamento militar do mundo”, e que Israel “tem muitos desses equipamentos, e sabe como usá-lo”.

“Disse a eles, com todas as letras: ‘apenas façam’. Mas, por mais que tenham tentado, por mais perto que tenham chegado, simplesmente não conseguiram concluir nada.”

Prédio em Teerã atingido por bombardeio israelense — Foto: SEPAH NEWS / AFP
Prédio em Teerã atingido por bombardeio israelense — Foto: SEPAH NEWS / AFP

As declarações vêm no momento em que o Oriente Médio enfrenta um novo pico de tensão após Israel realizar uma série de bombardeios contra o Irã, alegando que seriam “ataques preventivos” contra o programa nuclear iraniano e instalações ligadas a mísseis balísticos. Autoridades de segurança em Teerã ainda não confirmaram oficialmente as mortes relatadas, mas a imprensa israelense afirmou que chefes militares da Guarda Revolucionária e cientistas nucleares estão entre os mortos.

Trump afirmou ainda que os líderes iranianos “não sabiam o que estava para acontecer”.

“Já houve grande morte e destruição, mas ainda há tempo de pôr fim a esse massacre. Os próximos ataques já planejados serão ainda mais brutais.”

Publicação de Donald Trump — Foto: Reprodução
Publicação de Donald Trump — Foto: Reprodução

O ataque israelense

O Exército israelense afirmou ter mobilizado 200 aeronaves para atacar quase 100 alvos em todo o Irã. Explosões foram relatadas em Teerã, onde a televisão estatal afirmou que incêndios e fumaça foram observados, e em um quartel-general da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do Irã, no leste da capital.

A emissora de televisão também relatou danos a prédios residenciais e mortes de civis. Também informou que Natanz, na província central de Isfahan, no Irã, e sede de uma grande usina nuclear, foi atacada “várias vezes”.

Coluna de fumaça é vista em Teerã após ataque israelense — Foto: Arash Khamooshi/The New York Times
Coluna de fumaça é vista em Teerã após ataque israelense — Foto: Arash Khamooshi/The New York Times

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que Natanz foi uma das instalações nucleares atacadas. Os inspetores informaram que nenhum aumento na radiação nuclear foi detectado na área.

Outros ataques foram relatados contra três instalações militares no noroeste do Irã, embora Teerã tenha afirmado que as instalações nucleares de Fordow e Isfahan não foram atingidas.

A imprensa estatal iraniana confirmou as mortes do chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e do comandante do Estado-Maior, Mohamed Bagheri.

Seis cientistas nucleares morreram nos ataques e 50 civis ficaram feridos, incluindo mulheres e crianças.

Por que agora?

Israel considera a República Islâmica uma ameaça existencial. O país afirma que destruiu as defesas aéreas do Irã no ano ado em retaliação ao lançamento de quase 200 mísseis contra Israel.

O ministro da Defesa, Israel Katz, chamou a operação desta sexta-feira de “ataque preventivo”. Segundo o Exército israelense, informações de inteligência indicam que o Irã está se aproximando de um “ponto de não retorno” em seu programa nuclear.

Estados Unidos, Israel e as potências ocidentais acusam Teerã de buscar armas nucleares, uma alegação que Teerã nega. Israel pediu uma ação global depois que a AIEA acusou o Irã de não cumprir com suas obrigações.

Imagem de prédio residencial atingido em Teerã — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Imagem de prédio residencial atingido em Teerã — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Os Estados Unidos tinham indícios de que um ataque militar israelense era possível. “Não quero dizer que seja iminente, mas parece que algo pode acontecer”, disse o presidente americano, Donald Trump, a repórteres na quinta-feira, quando questionado se previa um ataque israelense.

A sexta rodada de negociações sobre o programa nuclear iraniano entre Washington e Teerã estava marcada para domingo em Omã.

Quem está envolvido?

Israel depende dos Estados Unidos para ajuda militar e apoio diplomático, mas realizou os ataques sozinho, afirmou o secretário de Estado americano, Marco Rubio.

Rubio indicou que Israel “nos disse que acreditava que a ação era necessária para sua autodefesa” e evitou expressar apoio ou críticas aos ataques.

Em entrevista à Fox News, Trump insistiu que Teerã “não pode ter uma bomba nuclear”. O Irã afirmou que Washington seria “responsável pelas consequências” dos ataques israelenses, afirmando que eles “não poderiam ter sido realizados sem a coordenação e a permissão dos Estados Unidos”.

O Globo, com agências internacionais — Washington, Estados Unidos

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